Sunday 7 August 2005

On the road

Conduzia no meio dos incêndios ao mesmo tempo que usava o rádio do carro para sintonizar uma estação qualquer. Apeteceu-me - como muitas vezes acontece nas viagens grandes - percorrer todo o éter, deixar que todas as estações da zona tivessem os seus quinze segundos de fama. Acabei por parar na Antena 1 (bendito aquele que inventou o RDS, porque senão tinha que ficar a ouvir Tony Carreira ou pior) e numa música daquelas que a gente sabe que conhece, são épicas, já ouviu há muito, mas não sabe bem de onde. Depois de momentos de suspense para saber quem era e até ter pedido ajuda, a resposta veio. Era a sôdona Maria Guinot - da qual só me lembro de um piano e cabelo, muito cabelo -, e a música chama-se «Silêncio e tanta gente». Ganhou o festival de 1984, mas isto já é informação que não sei se é util...
Fica a letrinha, para ver se nunca mais me esqueço.

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não

E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou

E troco a minha vida por um dia de ilusão

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