Nunca gostei de ir ao cabeleireiro. Não é por causa do cabelo que lá fica, eu sei que volta a crescer e farto-me de o dizer a quem sai de lá em lágrimas. Não gosto porque, durante muitos anos, nunca fui eu a escolher o tipo de corte e além disso aborrece-me ter de esperar, além dos nomes delas: a Tila, a Cila, a Pitucha, a Cidália. Foi por isso que escolhi uma Natasha. Mas já lá vamos.
Vendo as minhas fotos da escola, em sou sempre a que está de cócoras ou de joelhos, porque era sempre a mais alta e tinha de dar os lugares em pé aos mais pequenos - que raio de ideia, pôr-nos de joelhos! Pensam que não dói estar ali com os joelhos no alcatrão e ainda por cima a sorrir? Além disto, eu sou aquela que tem sempre o cabelo curto. «É mais fácil de lavar e pentear», dizia a minha mãe, aquela que decidia. Portanto: de joelhos, cabelo curto e camisa de flanela abotoada até acima, com calças de bombazine. Era um autêntico rapazinho, ainda por cima só furei as orelhas depois da quarta classe. Nesse ano lá consegui levar um vestido (que não se viu porque me calhou a posição do meio...), o que sempre é melhor do que não ter os dentes da frente.
Quando deixei de ir com a minha mãe – tudo acabou quando a «Tila» me fez um penteado «à rapazinho» e mo espetou em cima com gel -, passei a ir aqui abaixo de minha casa. Era barato e perto o suficiente para correr até à porta da rua, subir, lavar logo o cabelo e pentear à minha maneira. O corte era eu que escolhia, até ceder e no 12º ano cortar curto de novo. Erro crasso, cresceu o suficiente e já estava apresentável quando entrei na faculdade.
Depois apeteceu-me arriscar e há dois anos fiz um curto cool, uma espécie de curto-comprido. Fui a outro sítio e saiu-me a russa Natasha. Ela é fantástica. Mede o comprimento que vai cortar com o pente, corta quase cabelo por cabelo. Da primeira vez que lá fui nem lavei o cabelo quando cheguei a casa. Ainda não acertou no brushing, mas está quase perto. É por isso que não me importo de lá deixar 35 euros, como hoje (com gel e amaciador), ou mais quando me lanço à aventura com um levantamento de raízes. E lá vou preenchendo o meu cartão fidelidade. Esta é a minha Natasha e eu gosto dela.
11 comments:
Eu odeio ir a cabeleireiros. Opá, não tenho esse sentido de gaja apurado. Usei quase sempre o cabelo comprido e de maneira a dar pouco trabalho. Umas duas ou três vezes distraí-me e usei curto, mas a cena do gel e da cera não é para mim, que nem secador costumo usar. O ano passado, por altura da gala, voltei a um cabeleireiro que já não frequentava há anos e a miúda conseguiu o impossível: fazer-me um corte dentro do comprido que me permite usar o cabelo solto e sem grandes stresses! Andava sempre com ele apanhado para não me chatear muito, mas agora é lavar e siga. Quando muito meto um spray que me define os caracóis e pronto. Vou lá poucas vezes, mas qd vou largo a nota. Bem mais que 35 euros! Será que é pago numa relação directa com o tamanho do cabelo?!
Logo vou ver se estás linda (mas deves estar, como sempre)
A Natasha é uma querida! Mas também tem a vantagem de saber os cortes por catálogo. Foi por lá que eu escolhi aquele de há dois anos, depois foi só fazer a manutenção. Penso que a eficiência tb pode ter a ver com isso.
Não se tem saído mal, a Natasha. Mas venho aqui por outra coisa: li algures ali para baixo que este teu nick tem a ver com os pearl jam. Confirmar, mal heureusement?
Ricardo. O problema é que o gajo custa 50 euros o corte. Mas caraças, faz tudo tão bem.
E olha que até me insultou ao princípio e tudo. Mas no final, ai no final... Rendi-me.
PS: camisa de flanela, calça de bombazine, cabelo curto e orelhas furadas na 4ª classe com o meu próprio dinheiro para saberem que eu era gaja. Ah, e ténis sanjo pretos com riscas amarelas.
A minha é a Ana. eu a precisar de cortar o cabelo...e ela de férias! tá mal!!! um cabeleireiro nunca deveria ir de férias!!!
e tb eu: camisa de flanela, calças de bombazine(com joelheiras), orelhas furadas só aos 14 anos(mas dps nca mais parei!)...o cabelo é q n era assim tão curto.
esdruxulina: és tu que cortas? a minha avó tb corta ao meu avô, mas é mt mais fácil...
xano: tem alguma coisa a ver, tem. Já não há nada original...
rita: a natasha nunca me insultou. Deve ser por isso que é um bocadinho mais barata! :-)
Ah, sapatos azuis escuros com velcro de lado até deixarem de servir. ténis só mais tarde, uns pretos a imitar os all star (baixos, não bota, claro, que os verdadeiros comprei com o meu guito)
Ó jo, o mês tá quase a acabar...
Claro que o corte nunca fica como a gente quer, mesmo que se leve foto. E fico contente por nenhuma das vossas/vossos cabeleiras/os se chamar Cila!
PS: Mas o que é isto com as camisas e as calças de bombazine, pá? só me falta dizerem que eram cor de tijolo...
liga a A3 às 18h para ouvires o deus belga em directo!
as calças de bombazine...assim de repente n me lembro se tinha algumas cor de tijolo...mas é possível q sim. era a cor e o material da moda!
Eu só tinha bejes. Sem joelheiras.
pronto, ao menos na cor fomos diferentes. Tb me lembro que as golas das camisas começaram a ser arredondadas. Sempre dava um ar mais... feminino.
É engraçado como determinadas coisas que parecem simples marcam uma pessoa para toda a vida.
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