Tuesday, 23 August 2005

Gosto mesmo é de voltar

Soube que estava sobrevoar Portugal quando vi as nuvens. Não é que reconheça nuvens, mas estas eram amarelas. E não eram nuvens, eram fumo. Eram fumo de incêndios. Apetece logo ir à casa de banho fazer um chichi para ajudar a apagar aquilo.

Gosto mesmo de aterrar em Lisboa, procurar as casas, os edifícios históricos, os estádios. Antes, uma hospedeira com voz de cama disse-nos como apertar os coletes e nunca consigo deixar de pensar que aquilo é tudo uma grande tanga. Como é que se tem tempo para apertar o colete e soprar e puxar daqui e dali? Poramordedeus.

Cheguei a Londres na sexta-feira, deixando um grande calor aqui para chegar lá com 20 graus e chuva. Tive que ir comprar um chapéu de chuva, mas o mal já estava feito: foi preciso secar as calças e os ténis com o secador. O estádio, Stamford Bridge, não é nada de especial, mas está numa zona porreira, perto do hotel. Pelo caminho, aprecio aquelas casas de primeiro andar e paredes de tijolo. No avião meti conversa com a Isabel, que me ofereceu boleia para o hotel ainda estavamos a sobrevoar o Golfo da Biscaia. Nas malas uma tipa tirou-me do sério quando o tapete deu três voltas e a dela não apareceu, tão igual que era a outras tantas.

Escrever, comer sandes, escrever, comer sandes. Fish and chips nem vê-los. Sábado mais uma volta em Portobello dá para comprar outra mala e uns imans de frigorifico - sou LOUCA por imans de frigorifico. Pastéis de nata e café oferecidos. A coisa excepcional que me tinha prometido à conta de fazer anos ficou para mais tarde. Ainda falta uma semana e meia. Mais um pastel de nata.

Domingo bora lá para o jogo. Acabo de almoçar e vou para o estádio, onde me oferecem... almoço. Porra! Os tipos todos engravatados, há café, água, sumos e até cervejas à disposição. Passo hora e meia com o sol na cara, nunca mais usei o chapéu. Escrever, escrever. Jantar no restaurante Estrela, um bife à casa.

Chuva outra vez, táxi - com vidro a dividir a gente, que lá é a sério - , três livros por 18 libras, esperar o gate. Um miudo chora porque vai viajar sozinho. O vôo dura duas horas, temos direito a uma sandes de queijo com gordura de presunto e um queque. Depois as nuvens, amarelas. Afinal era fumo.

10 comments:

Rosa said...

Innocent,
There's no place like home. Mesmo com as nuvens a saber a fumo :)

Miss Caipira,
Nunca consegui definir bem a minha relação com Londres, mas você acabou de o fazer: "se tivesse sol e o tamisa fosse mar, mudava-me". Era isto mesmo que eu sempre quis dizer! ;)

Edmund said...

Olá, Innocent Bystander. Vim fazer uma visita pela curiosidade do nome "Innocent Bystander", que é a "alcunha" por que é conhecido Eddie Vedder, o vocalista dos Pearl Jam.

Se o tema te interessa, http://armsraisedinavee.blogspot.com

innocent bystander said...

portobello um espectáculo, pela segunda vez consegui apanhar sol! Umas coisas comprei, outras hesitei e deixei ficar. É mesmo assim...
Também gosto muito, mas stresso de mais para atravessar as passadeiras!!

pp said...

Oi ib,

realmente um lugar a visitar....

Tinhas que beber muitos litros de agua para nos ajudar ;)....essa imagem está demais

sabe sempre bem voltar...principalmente para um caranguejo como eu :)

innocent bystander said...

PP: eu por acaso fui ao chichi, mas acho que ainda vinha a voar sobre frança ou, para maior desperdício, sobre o golfo da biscaia...

Jo said...

mesmo com portobello, convent garden, piccaddily e afins...n morava lá...
nada disso compensa a falta de sol...
visitar sim, morar...no thanks. :)

innocent bystander said...

eu também não sei se morava, apesar das casas e da national gallery e de portobello e dos prédios e dos pubs e do futebol-espectáculo e do preço acessível dos jornais e do pret-a-manger...

Rita said...

Morar não. Ir pelo menos, mínimos dos mínimos, uma vez por ano (ah, ah, ah, como se eu pudesse) isso sim.

Não é só a falta de sol. Eu passei lá uma semana sempre ao sol!!!!! Mas quando me assoava, era fumo negro que saía (desculpem a imagem mas era mesmo assim).

Além disso, acho que se alguém me matasse no meio da rua a vida continuaria como se nada fosse. (Aqui tenho sempre a esperança de que alguém que me conheça me possa salvar).

innocent bystander said...

Eu até já apanhei lá mais sol e calor do que, por ex... no Porto!

Jo said...

mas eu no Porto morava :)