Estava eu ontem a zappar entre o CSI e o Perdidos e antes da Vingadora, quando parei no meio, na virtude. Fiquei numa das Conversas Vadias, do Agostinho da Silva, na 2:, desta vez com o Miguel Esteves Cardoso. E fiquei maravilhada. Aquilo era mais do que uma conversa, era um despique de mesa de café: de um lado o Miguel a picar, do outro o Agostinho a defender-se. Sempre com classe.
«Como é que o meu amigo sabe que vamos morrer?»
«Sei, disso tenho a certeza», respondia o Miguel. Mas eis que o professor sacava de mais uma resposta rápida: «Aí deve aplicar-se o princípio de Heisenberg, que diz que o futuro é apenas algo de provável, não temos a certeza. Nós só temos a certeza da morte de quem já morreu, não da nossa!»
Falaram depois de cultura, dos alemães, de como o homem do povo é culto também, desde que saiba que há muita coisa que ignora.
«Não temos mais tempo professor»
«Não temos?», perguntou olhando para o lado, «é pena». E sorriu finalmente.
Pois é, é pena.
2 comments:
E que grande falta fazem os dois neste pais, ainda que um deles esteja semi-vivo!
(quem é o Agostinho da Silva?)
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