Friday, 2 September 2005

Vêm lá os 27

E pronto, chegam hoje os 27.
Tal como ir ao cabeleireiro, não me emociona muito fazer anos. Só me lembro de ter ficado verdadeiramente foto-eléctrica (esta tem direito de autor, mas foi o que me chamaram ontem) quando fiz 10 anos, dez. Talvez pela vertigem de passar para o duplo dígito. Dava-me um ar mais adulto, sei lá. Além disso ia mudar de escola. Lembro-me de estar na cozinha da minha avó a dizer «quem é que faz anos segunda-feira, quem é?»

Há razões para não me emocionar muito, desde logo por fazer anos nas férias, mas já não ser verdadeiramente verão (prova disso é o facto de o jornal onde trabalho ter acabado com a página de verão no dia 31) e ainda não terem começado as aulas. O dia 2 já está próximo do começo das aulas, mas ainda falta qualquer coisa. Por isso, nunca tive festas de anos. Fazer anos para mim era como a passagem de ano, um momento de muita adrenalina durante 10 minutos que depois passa. Pelo menos chegava à escola já com a idade certa.

Aos 13 passei uma grande vergonha, quando os meus pais me levaram a uma discoteca com música brasileira ao vivo e ela foi lá dizer ao homem para me cantar os parabéns. O senhor chamou-me pelo nome e corei muito. O que vale é que aquilo era escuro.

Só fiz uma verdadeira festa para os 21 anos, de minha iniciativa, que valeu uma bebedeira colectiva num restaurante chinês com picante à mistura. Mais uma vez, achei que era uma idade adulta, sei lá. Pior do que tudo é que sempre achei que ter mais um ano ia significar uma mudança de personalidade. Por isso é que aos 12 achei que ia ser o máximo ter 15 ao ver as outras miúdas de 15; quando cheguei lá, não achei nada de especial. Pensei que seria aos 18, mas também não foi uma excitação tão grande como ia esperar. Experiências ao lado, talvez.

Agora percebo que já acabei a faculdade há cinco anos e que já há muito que não sou teenager, mas lembro-me bem do que tinha vestido e do que fiz no dia em que lá entrei. Da primeira vez que vi a Misunderstood; de chegar aos 25 e pensar «agora é sempre a descer, querida»; de comprar creme para o contorno dos olhos para pôr à noite; de pensar no dia em que reparei nas estrias e na celulite e ver fotos em que não tinha; de pela primeira vez ter feito anos no estrangeiro, como aconteceu o ano passado lá nos confins da Eslováquia; daqueles que me telefonaram para lá mesmo assim. Obrigado, beijos a todos, e isto nem sequer me deprime ainda, mas vêm lá os 27.

9 comments:

innocent bystander said...

vou tentar... :-)

Personalidade Bloguinho Portuga said...

Também devo dizer que nunca liguei muito à minha idade. Gosto de dia de anos por causa das prendas, mas ultimamente já nem isso me entusiasma muito. A minha mulher fez anos ontem e estava muito triste porque já não tinha vinte e tal, passou para a casa dos trinta. No entanto também dizem que o auge sexual das mulheres é aos 35, portanto pelo menos até lá há alguma coisa que é sempre a subir.

Anonymous said...

Só pa deixar uma mensagem de Parabens!!! Innocent PARABENS, espero q passes um dia mt feliz!!!

Senador said...

Então muitos parabéns e boas férias!

elisa said...

Nada a fazer contra o tempo que passa! Mas posso, do alto dos meus 31, desejar que os teus 27 anos tenham tido mais bons momentos do que maus e que a partir daqui, tudo seja melhor ainda:)!!
Um bom dia para ti!

Bruno Martins said...

Olha pá! O que te desejo é saúde e sorte! Parabéns e beijos.

Jo said...

Paaaaaaaaaaraaaaaaaaaaaaaaabéeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeens!!! la la la :)
já deves ter reparado que o dia hoje está lindo!!! se calhar é uma prendita para ti! :)

innocent bystander said...

Obrigados a todos os que conheço, os que não conheço e aos que parece que conheço de tanto aqui falar.
Dia foi lindo, estive com quase toda a gente que queria ver.
Agora é que vou mesmo.
Beijos grandes a todos e todas (pá).

senador: a ver se isso se confirma!

Misunderstood said...

Deixa lá isso das estrias, da celulite ou dos contornos para os olhos. Do alto dos meus 29 e meio digo-te que estás linda maninha (não, não é autoterapia). Para além disso, abandonaste uma boa parte da tua timidez e isso faz com que agora consigas partilhar o teu sentido de humor único com mais gente. Antes existiam menos privilegiados, é certo, e eu era um deles. Neste caso não me importo de partilhar... Até porque tens muito para dar e sei que vou receber uma parte. lol

Mesmo que agora já não trabalhemos juntas continuas a ser das poucas pessoas que conhece todos os sinais. Poucos percebem de caras: «Olha fez merda! O quê que andaste a fazer?!» Entre outras coisas...

Boas férias para nós :p Beijos