Eu já tinha ouvido falar destas coisas, mas para colégios e bilhetes para os Rolling Stones. Pessoas que têm de dormir na rua para poder comprar bilhete ou ter acesso a vagas.
Fui a uma piscina municipal em Lisboa fazer uma inscrição. Ontem, liguei a perguntar a que horas abria. Disseram-me às 10, mas que era melhor ir um pouco mais cedo, porque ia estar muita gente. Cheguei lá às 8 e estava, de facto. O procedimento é por senhas - 50 para de manhã, 50 para a tarde e mais 50 na manhã seguinte. O mais curioso é que nem 100 vagas tinham. Uma vergonha sobretudo para as aulas de aprendizagem - supostamente estas vagas são por desistência, e não novos lugares.
Assim, fiquei numa fila ao portão da piscina até às 9.30, altura em que abriram o portão. Mais um tempo de fila e fiquei com a senha 85, ou seja, para a tarde. Não estavam 85 pessoas à minha frente, mas por inscrição é precisa uma senha, e não por pessoa, portanto um indivíduo pode chegar lá e pedir senha para o vizinho ou o canário. Entretanto li a senha: dizia que este sistema era para evitar filas, esperas prolongadas, para maior eficiência. Apenas sorri. Afinal, esqueceram-se do que é preciso para chegar à dita cuja.
A senha 50 começava a ser atendida às 15. Fui a casa, dormi mais duas horas e voltei à 15, com uma esperança tola de que avançasse rápido. Não. Estava uma (1) pessoa a atender, ao ritmo de 10 por hora. Assim, fui atentida às 18.30.
E pergunto. Não haverá outra maneira de lidar com as inscrições? Noutros locais do mundo as pessoas também perdem um dia só para ir a uma piscina? Seria assim tão impossível por mais do que UMA pessoa ao balcão?
Credo, que sono.